A falta de saneamento adequado provoca impactos negativos diretos e indiretos nas contas públicas, na saúde e na qualidade de vida da população. A desigualdade socioeconômica no Brasil é mais um agravante, pois a disparidade entre as regiões do país é muito grande: Segundo levantamento do Instituto Trata Brasil (2023), quando o tema é saneamento básico, 16 dos 20 municípios que possuem melhores condições estão localizados nas regiões Sudeste ou Sul do país. Enquanto 12 dos 20 piores, estão no Norte e Nordeste.Outra disparidade é em relação ao percentual de coleta e de tratamento do esgoto gerado. A coleta se refere apenas ao afastamento e transporte do esgoto para longe das residências e consiste no início do processo. Já o tratamento tem a finalidade de remover as substâncias que causam malefícios à saúde e ao meio ambiente e devolver para os corpos hídrico a água em condições de uso. Juntos, coleta e tratamento, compõem o Sistema de Esgotamento Sanitário, responsável por reunir, transportar e dar o destino adequado aos dejetos.De acordo com o Instituto Trata Brasil (2023), quando se faz uma breve comparação entre as regiões ou estados brasileiros, fica evidente que o esgoto ainda é um problema a ser superado na maioria dos locais: mesmo a Região Sudeste, que possui alta cobertura, trata apenas 77,4% do esgoto coletado (coletando 91,3% do total de esgoto gerado). Esse percentual de tratamento é afetado especialmente pelo Estado de Minas Gerais, que trata apenas 58% do esgoto que coleta, mesmo possuindo alto índice de recolhimento pela rede geral (92,3%). Com os melhores índices de tratamento estão as regiões Centro Oeste, com 94,8% e Sul, com 94,3%.No outro extremo encontram-se as regiões Norte e Nordeste que, embora tratem 84,1% e 77,9% do esgoto que é coletado, respectivamente, possuem baixos índices de coleta: 14% e 28%. A coleta de esgoto, por si só, causa impacto direto na saúde e no dia a dia da população: uma matéria publicada pelo G1 – Jornal Nacional (março de 2023), mostrou que o município de São Paulo, mesmo com altos índices de coleta, possuía bairros em que as casas não estavam ligadas na rede geral, fazendo com que o esgoto corresse pelas ruas (a céu aberto). Os próprios moradores locais se dirigiam aos meios de comunicação para relatar a situação e a quantidade de doenças que acometiam a população residente nesses bairros, exemplificando, assim, a importância da coleta adequada. Segundo o Instituto Saneamento e Água, a cidade de Viçosa possui 85% do esgoto coletado, no entanto, apenas 1,2% é tratado. Nesse sentido, a finalização das obras da Estação de Tratamento de Esgoto, localizada na Barrinha, é de extrema importância pois, já no início de sua operação, será capaz de tratar corretamente mais de 60% do esgoto gerado no meio urbano. Uma cidade com esgoto tratado é mais produtiva, com menos dias perdidos de trabalho por conta de adoecimentos relacionados à falta de saneamento básico. Além da valorização dos imóveis da região e a preservação do meio ambiente. Fonte: SNIS (2021), Instituto Trata Brasil (2023), G1 – Jornal Nacional (2023).
Viçosa