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A importância da coleta e do tratamento do esgoto na saúde
As chamadas doenças de veiculação hídrica são aquelas causadas por microrganismos patogênicos presentes na água e estão associadas à falta de saneamento básico adequado. Para relembrar e demonstrar a relação dessas enfermidades com a situação da coleta e do tratamento do esgoto, apresentamos informações de alguns municípios mineiros, obtidas no Painel Saneamento Brasil, de 2022 (ano mais recente já disponibilizado pelo site).
A simples coleta do esgoto, que consiste no seu transporte e afastamento para longe das residências, já contribui significativamente para melhoria das condições de saúde da população. Entretanto, a coleta associada ao devido tratamento, que é o processo de remoção das substâncias nocivas e poluidoras do esgoto, se mostram mais efetivas, não apenas para o meio ambiente, mas também para a saúde das pessoas, conforme mostrado adiante.
É importante destacar que, além do esgoto, o adequado abastecimento de água e os bons hábitos de higiene da população possuem papel fundamental na redução dessas doenças, aqui medidas em número de internações e óbitos. Entretanto, vamos tratar apenas do componente referente ao esgotamento sanitário que, embora nem sempre reflita uma relação direta com o aumento ou a redução dos índices das doenças, pode contribuir para seu agravamento.
Assim, ao se analisar os dados de municípios agrupados em categorias semelhantes em termos de população, economia, desenvolvimento humano e/ou tipo de prestação de serviços básicos, a Tabela abaixo mostra a relação entre esgoto e saúde de formas diversas, mas interligadas.
Como exemplo, no primeiro grupo de municípios (Viçosa, Cataguases e Timóteo), os números de internações mais elevados foram atribuídos ao município com alto índice de coleta e quase nenhum tratamento (Viçosa), juntamente ao município com pouco tratamento e moderada coleta (Cataguases). Em outra comparação, entre Mariana e Ouro Preto, municípios equivalentes em economia e qualidade de vida e onde praticamente não há tratamento do esgoto, o elevado índice de coleta de Mariana refletiu uma queda de 50% nas internações em relação a Ouro Preto. Entre outros municípios mais aleatórios que associam a coleta com o tratamento, como Curvelo, Lagoa Santa e Itabirito, tanto o índice de coleta como o de tratamento mostraram uma resposta direta na quantidade de internações por doenças de veiculação hídrica, visto que o município com menor número de internações foi aquele que mais coletou e mais tratou seu esgoto.
Tabela – Relação esgoto e saúde da população de alguns municípios mineiros, conforme dados do Painel Saneamento Brasil, 2022.
Município | Esgoto (%) | Saúde (nº)* | ||
Coletado | Tratado | Internações | Mortes | |
Viçosa | 92,4% | 0,8% | 26 | 1 |
Cataguases | 77,4% | 24,4% | 26 | 0 |
Timóteo | 95,3% | 56% | 19 | 2 |
Ouro Preto | 55,4% | 0,6% | 14 | 1 |
Mariana | 90% | 0% | 7 | 0 |
Curvelo | 74,8% | 67,9% | 7 | 1 |
Lagoa Santa | 47,4% | 44,6% | 13 | 0 |
Itabirito | 88,7% | 69,9% | 5 | 0 |
*Referente a doenças de veiculação hídrica